quinta-feira, 17 de setembro de 2009


Reconstrução


Meu amor próprio descansou
Pois a outro entreguei
Este erro esta esfarelando minha alma

Mas receio que a chama da minha vontade
Reacenda, e queime minha vida
Vida que amei e casei

Meus pensares voam longe
Minha vontade cansa
Meu juízo treme de fome

Meu amor aumenta
Mas não por mim
Minha recompensa tem fim

Minha paixão arde
O outro me gela
Meu corpo suplica
O outro só implica

Como o por do sol
Que descansa nos ombros da serra
Minha alma se põe
Nos ombros da solidão.

O repouso do nosso futuro


Às vezes a vida nos pede calma
E a nossa velocidade nos torna um trauma.
Dilacera com o futuro,
Desperta o obscuro.

O repouso de nosso futuro,
Justifica-se no nosso presente sujo
E nos remete a miséria de nosso passado.

Nossa dedicação à vida se quebra
Quando dela recebemos sem explicações a dor
E nossa razão vital torna-se mero horror.

Horror de credulidade,
Horror de sinceridade,
Horror de crueldade.

Hora penso, por que agora?
Por que comigo?
E me justifico.

Será que quero isso?
Será mesmo que mereço?
Ou será que tanto corri atrás do meu futuro,
Que consegui acabar com o meu presente ?

Não! Não...

Não mereço sofrer
Minhas tristezas não podem traspassar minhas alegrias.
Mas qual será a formula para viver
Sem aos poucos morrer ?

Sim...

Morrer dentro de mim mesmo sem precisar,
Por alguém que meu futuro alcançou,
Antes do meu presente que agora é passado desejar.
A vida me pede calma, mas a minha verdadeira vida ainda não me alcançou!